EU DEVO FAZER TERAPIA? COM CERTEZA!!!
Volta e meia eu escuto a seguinte pergunta: Eu devo fazer terapia? Essa pergunta, feita dessa forma, aparenta ser uma pegadinha, já que me dá a impressão que eu DEVO convencer quem a fez que a terapia é algo bom, mesmo que ela não acredite. Mas, mesmo correndo o risco de ser presunçoso, respondo sem medo: COM CERTEZA!
Na verdade, qualquer pessoa que decida iniciar o processo terapêutico, via de regra, deseja se sentir melhor. Deseja fazer parar algum sofrimento, melhorar alguma habilidade interpessoal. Felizmente, usando as estatísticas só do meu trabalho, desenvolver o autoconhecimento geralmente já tem muito bons resultados. E existem diversas formas de crescimento.
Porém, a parte mais difícil é a pessoa enfrentar os medos associados ao contato inicial com o terapeuta. Estes podem ser relacionados com questões financeiras, resistências pessoais a interagir e falar sobre si com alguém e outros medos que iremos tratar nesse post.
QUEM É A PESSOA QUE PROCURA O PSICÓLOGO?
Quem procura um psicólogo para fazer terapia, seja este terapeuta cognitivo comportamental ou qualquer outra linha, é uma pessoa muito corajosa, mesmo que não acredite. Afinal, é uma situação completamente nova e claramente desconfortável no começo.
Além disso, dificilmente alguém pensa em fazer terapia quando está tudo bem. Como vivemos em sociedade, alguém próximo sempre vem com a sugestão e normalmente quem a escuta não gosta muito. Afinal, quem procura psicólogo é o que mesmo?
A terapia é uma solução para um “perrengue” que claramente não estamos dando conta. Normalmente a procuramos só quando já está afetando até mesmo o dia a dia, sono, relacionamento sexual, entre outros problemas associados. Mas como acreditar que ela pode ser a solução?
Quando não há muito mais o que fazer, a pessoa começa a considerar buscar ajuda, mesmo contrariado. Mas aí vem o famoso…
O QUE VÃO PENSAR DE MIM?
Imagine a seguinte situação: você é uma pessoa crítica com vc mesma e tem um temor muito grande de ser rejeitado. Ao mesmo tempo, tem dificuldade de confiar nas pessoas. Com esse jeito de ser, você ficaria tranquilo em falar sobre o que você está sentindo profundamente com alguma outra pessoa?
Talvez lembre que vem tentando sem sucesso parar de pensar no que te incomoda, mas quanto mais tenta, parece que menos consegue. Não seria estranho chegar à conclusão que, se contar a alguém, vão achar que você é maluco. E o medo de julgamento aparece forte nessa hora.
Nesse momento, os diálogos mentais sobre essa suposta incapacidade ocupam mais espaço que o problema em si : “como assim não consigo resolver esse problema? Eu “DEVERIA” ser capaz de não precisar de ninguém para fazer isso”.
E não para por aí:
“Além disso, o que as pessoas vão pensar de mim se eu for a um psicólogo? Vão pensar que eu sou um incompetente, incapaz, fraco, se não pensarem pior ainda”.
EU NÁO PRECISO DE UM GURU
Muitas vezes o psicólogo é visto como uma espécie de adivinho, ou alguém com poderes mágicos de leitura de mentes. Já adianto que, se existe algum psicólogo que faça isso, eu não sou um desses… desculpa :$ . Mas isso não é realmente necessário. A mágica acontece naturalmente, em forma de melhora na sensação emocional ao longo do dia.
As expectativas das pessoas giram em torno do que o psicólogo fará por elas, como ele irá dar a solução do problema de forma mágica e definitiva. Devo admitir que gostaria de ser essa pessoa e ter esses poderes…
De certa forma, ao fazer isso, elas estão desconsiderando a si mesma e as dificuldades que está enfrentando e, se alguém faz isso por mim, eu sou um _______ (complete a frase). Aí, normalmente, aparecem as questões financeiras e a raiva de si mesmo e até do psicólogo. Afinal, esse cara é tão bom que aumenta ainda mais a desconfiança de mim mesmo. Afinal, vou falar com um cara que vai resolver meu problema e eu não consigo.
“Além disso, não preciso de ninguém dizendo o que eu tenho que fazer. Vou pagar alguém que eu não conheço e que não me conhece para me dizer o que eu tenho que fazer na minha vida? Nem a pau”. E por aí vai. Ou seja, crio excelentes razões pra não procurar ajuda e continuo sofrendo sem saber o que fazer.
SER RESISTENTE À TERAPIA É NORMAL?
Essa forma de defesa não tem nada de errada. Trata-se de mais alguns mal entendidos sobre como é o fazer terapia e acaba no momento em que você a inicia. Difícil é ultrapassar essas objeções. Afinal de contas, esperar que alguém diga que você está ERRADO e ainda te diga o que fazer não é algo que qualquer pessoa aceite muito bem, nem mesmo eu. Fazer terapia nunca foi e nunca será obedecer ordens do terapeuta.
Mas, como fala o pessoal da Polishop , vcs achavam que era só isso, mas nào é, tem mais. O tempo passa e aparecem outras resistências, principalmente quando preocupar-se com o julgamento dos outros é parte do problema:
“Esse cara provavelmente vai achar que eu estou exagerando, que não é nada disso que estou pensando, pra eu parar de bobagem. Ele vai pensar que é frescura minha e nem vai querer me atender. Serei mais um que não tem nada melhor pra fazer na vida e vai incomodá-lo”.
Esse tipo de resistência faz muito sentido. São muitos motivos – e eu nem enumerei todos que já escutei – para não fazer terapia, todos eles recheados com uma tremenda ansiedade. Imagina uma pessoa que já está estressada por não conseguir resolver seus problemas e ainda precisa definir se faz ou não a terapia. Felizmente, isso são apenas impressões.
Por isso, fico muito satisfeito quando após alguns minutos, essa pessoa percebe que aquele ambiente é seguro, que ela não vai ser julgada, que ela não é maluca. Que mesmo que tenha um grande problema, ele não é a catástrofe que parecia ser até então. Você é capaz de imaginar quanto alívio sentiria se descobrisse o tamanho verdadeiro do seu problema e que a capacidade de resolvê-lo está em você?
FAZER TERAPIA ENTÃO NADA MAIS É DO QUE SER EU MESMO?
Sim, principalmente porque as mudanças acontecem de qualquer jeito, não temos controle sobre todas elas. Basta pensar nas vezes que você deixa tudo pra última hora e fica puto (a) da vida com você mesmo (a), dizendo que na próxima vai fazer diferente.
A terapia ajuda a retomar o controle e direcionar as mudanças ao seu modo, não impedi-las. Ou seja, eu devo fazer terapia para desenvolver o que as pessoas chamam de autoconfiança e sua prima, autoestima, além de outros benefícios pessoais.
Importantíssimo ressaltar que o psicólogo acredita que a pessoa é capaz de fazê-lo e o irá ajudar apenas a usar seus recursos ou desenvolver outros, mas é um trabalho para o paciente. Ele será o ator principal. O psicólogo é apenas um coadjuvante. Fazer terapia é aprender a ser a melhor versão de você mesmo.
Em outro texto vou falar a respeito de como fazer terapia acaba levando a descobertas interessantes e até mesmo paradoxais sobre nós mesmos. Um bom exemplo disso é quando você acaba percebendo que, no fundo, não quer mudar tanto assim. Afinal, vc pode ter medo da consequência direta da mudança. E se ela gerar algum afastamento de alguém querido, por exemplo?
FAZER TERAPIA LIBERTA SUA MENTE
Para efeito desse post, é importante entender o que faz você não querer ajuda para solucionar seus problemas. Já que eles acabam gerando muito sofrimento na sua vida, uma dose de curiosidade pode ser a solução. Mas a solução do problema pode gerar outro pior, pelo menos na sua análise?
Será que esses problemas precisam estar aí por algum motivo? Será que você, na realidade, tem medo de que a solução gere mais sofrimento? São perguntas válidas e assustadoras, mas que podem ser descartadas com a evolução da terapia. O autoconhecimento é o caminho para compreender nossos limites e possibilidades.
Muitas vezes você já tem a habilidade necessária para solucionar o problema, apenas não a reconhece. Existe em todos nós algo chamado “memória seletiva”. Isso faz com que foquemos apenas em memórias que reforçam nossas incapacidades e consequente incompetência.
VENHA CONHECER A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
Ao fazer terapia cognitivo comportamental, vc aprende a contrapor esse pensamento com as próprias memórias de sucesso, o que faz uma enorme diferença na forma de pensar e usualmente diminui o sofrimento que você vem experimentando. E essa é apenas uma forma de lidar com seu sofrimento.
“Mágicas” acontecem quando você começa a se conhecer e reconhecer ao fazer terapia. E posso dizer que você começa a acreditar em você de uma forma surpreendente durante o processo e tudo ao redor começa a se encaixar e funcionar. As pessoas descrevem que tudo acaba fazendo um sentido muito maior que antes.
Claro que cada pessoa tem o seu tempo e essa melhora é particular a cada um. Mas pare um pouco e pense: se eu passar a viver menos ansioso? E se sem medo de ser rejeitado, começar a ter sucesso nos projetos? Como você irá se avaliar no momento que esses acontecimentos ficarem visíveis? E no futuro, quando olhar pra trás, como será lembrar desse momento da sua vida?
Fica o convite para conhecer a terapia Cognitivo Comportamental. Arrisque-se apenas a conhecer. Sem medo de ser tendencioso, você SEMPRE vai se beneficiar quando conhecer a você mesmo.
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Boa semana e até a próxima.